irreparable dream
Sonhos de papel. @divineintention




posted : sexta-feira, 22 de abril de 2011
title : Baby, show me your love.



Continuação do conto "Baby, show me". Aqui está "Baby, show me your love" para acabar com o caraçãozinho de vocês. Espero que gostem... Manu.

"Uma das mais gostosas e excitantes formas do amor... É a dor."

A queen bitch do Foster High School jamais fora a mesma, não depois de ser dominada pela sua mais deliciosa perdição, seu Henry. A algum tempo eles se pegavam na escola, no dormitório, no corredor, no banheiro… Mas não passava disso, míseros pegas. Catherine andava meio entediada com tudo aquilo, só não permitia que ninguém notasse. Ela tinha uma certa repulsa pelas vadiazinhas que rodiavam seu homem vinte e quatro horas por dia, só que o seu orgulho idiota não a permitia fraquejar.
Ciúmes? Não era um problema para Catherine Currie, ou ela achava que não.
Ele queria ir devagar… O único problema é que ela nunca esteve acostumada com essa coisa de relacionamento e tudo mais. O máximo que teve disso foi uma noite drogada, bêbada e que acabou com cheiro de sexo irresponsável pela manhã. Henry não saberia disso, Cath usaria todos os seus artifícios para tal. Só que ninguém consegue colar fitas adesivas em bocas à prova de balas fofocavelmente letais.
– Posso saber o que o senhor andou aprontando no 3° periodo, hmm? Onde estava enfiado, Henry Woodstock? – Catherine xingou-se mentalmente por estar sendo tão grudenta e insuportável, mas ele era tão lindo com todo aquele charme inglês… E essa voz rouca que a causa arrepios…
Suas mãos puxavam um pouco a gravata listrada de Henry, o trazendo para mais perto, sentindo seu cheirinho de banho tomado e hortelã.
– Estou assim tão encrencado, mon chéri? – Disse com seu francês impecável, sendo totalmente perdoado. Ele olhou aqueles olhos de esmeralda da sua garota, tão linda e tão perigosa… Isto o excitava em níveis imensuráveis.
– Posso pensar no seu caso… - Catherine fora interrompida com lábios famintos nos seus, pedindo passagem com sofreguidão, a desejando de todas as formas. Dedos ágeis agarraram seu corpo pequeno, apertando-a, trazendo-a para mais perto. Ambos ofegantes com tantos toques ousados, corações acelerados como de praxe. Onde estava mesmo a sua sanidade? Ela sabia que bem longe dali.
– Por que não subimos para o meu dormitório? Hmm? – Disse ela com certa dificuldade, a respiração rarefeita e sua testa encostada na dele. Henry observou seus lábios rosados, juntamente com seu rosto angelical. Como diabos podia ser tão linda? Ele queria possuí-la ali mesmo, mas sabia que não podia. Queria provar para si mesmo o seu auto-controle, queria mostrar a Catherine que o que eles possuíam não era apenas sexual, era uma coisa violenta que os deixavam devastados, feridos sem a presença de um com o outro. Henry não podia citar aquelas palavras, mesmo sentindo-as com toda a sua alma.
– Cath… Devagar, esqueceu? – Falou com certa cautela, ofegando baixinho. Ela fechou os olhos de súbito, envergonhada. Realmente não tinha nem um pouco de esperiência, era bem normal isso acontecer nas primeiras 12 horas de encontro… Porém com ele era diferente, ela sabia. Sabia que o seu coração não se acelerava por besteira com qualquer indício de sua presença, com qualquer mensagem de texto boba, com qualquer ligação descordenada. Catherine sempre travava nessas horas e se odiava por isto.
– Três meses indo devagar… Tudo bem, Henry… Tenho que ir. – Que merda era aquela afinal? Se afastou de seu abraço se sentindo um lixo, um nada. Como costumava se sentir antes dele entrar naquela escola.
Henry tentou contê-la, agarrá-la para si com fracasso. Nenhum dos dois sabia lidar com isso, e era uma grande merda. Observou ela partir em passos apressados, o balançar de seus cabelos castanhos longos, seu uniforme que antes era ajustado substituía um novo, sem ajuste algum, de acordo com as normas impostas pelo colégio. Ela havia se transformado tanto com a sua presença por ali, não andava mais com aquelas vadias traidoras denominadas “amigas”, deixou de faltar aulas, de estar sempre em festas, de usar drogas. Catherine tinha feito tanta coisa por ele, por eles. E por que ainda travavam? Só podia ser por causa de uma coisa. Uma coisa que ele estava disposto a fazer, ou melhor, a dizer. Os dois precisavam disso.

Os passos apressados não mais eram os de Catherine.

– Seja quem for, vá embora. – A voz dela era um pouco alterada do lado de dentro do cômodo gigante que era o seu dormitório, as batidas na porta estavam cada vez mais rápidas e insistentes. Levantou praguejando, querendo acabar logo com aquilo e voltar a chorar em sua cama grande demais. Limpou os olhos com as costas das mãos e abriu a porta devagar.
– Já falei pra ir embora dessa porr… - Antes que ela pudesse terminar a sua frase, sentiu aquele cheiro e aquela presença inconfundíveis. Não podia ser ele, não agora, não nessa situação ridícula em que se encontrava. Mas era ele ali na sua porta, lindo e a olhando nos olhos tão fundo que parecia enxergar sua alma.
– Posso entrar…? – Catherine não disse nada, nem sequer assentiu, apenas abriu mais a porta em uma mensão silenciosa para que ele entrasse.
Henry sentiu-se ainda tão quebrado quando viu indícios de lágrimas nos olhos verdes e lindos da sua garota ainda mais linda. O que ele fizera? Não importava, ele apenas tinha que dizer.
– Então…? – Ela sibilou sem olhá-lo nos olhos, não tinha forças para tal.
– Primeiro, venha aqui. – Ele indicou um lugar qualquer em sua cama, onde sentou rapidamente. – Agora olhe nos meus olhos. – Aquela voz rouca preencheu-lhe os ouvidos, traindo sua mente. Catherine o fez, sentindo seu corpo inteiro arrepiar-se com a intensidade do seu olhar. – Me desculpe, minha Cath. Me desculpe… Eu sou mesmo um idiota, não sou? – As mãos dela pousaram no rosto macio, sentindo a testura de sua barba feita, fechou os olhos em seguida curtindo a sensação da sua presença impregnante.
– Não fale uma coisa dessas, Henry… Apenas… Me beije. – Acendeu-se com suas próprias palavras, preparando-se para o gosto maravilhoso do seu beijo. Dele. Só ele.
– Antes… Quero que você escute uma coisa… Não abra os olhos. – Ele chegou mais perto, respirando em seu rosto cálido e branquinho. Para logo depois sussurrar devagar, embriagando-a. – Eu amo você, Catherine… Deus… Como eu amo…
Henry observou lágrimas abusadas encorregarem dos olhos de sua amada, lágrimas sinceras, lágrimas de um coração inchando em amor, derramando, esparramando, dividindo aquele sentimento que achara ela não possuir.
– Eu não sei lidar… Com essa merda toda, Henry… - Sussurrou chorosa, com a voz entrecortada, ainda de olhos fechados. – Mas a única coisa que eu sei… É que eu te amo… Amo tanto… É tão forte, tão louco… Que me dá vontade de gritar o quanto eu te amo, Henry… Eu… - Não deu muito tempo para ela continuar, sua boca estava ocupada demais com um beijo faminto daquele que a dominara. E ela queria ser dominada.
– Que sorte a minha, não? A vadia mais linda de todo o universo é totalmente minha… - Um beijo. - …E minha… - Outro beijo. – …E toda minha.
– Não totalmente, querido. Tão convencido, hmm? – Ela sussurrava sensualmente enquanto trabalhava em provocá-lo com seus dentes, sugando o seu lábio inferior. Ele mantinha as mãos na base de suas costas, quando desfez o nó de sua camisola fininha, a deixando completamente exposta. Arfando.
– O que acha de ser completamente minha pelas próximas 24 horas? – O tom de voz que ele usara foi tão rouco que a fez perguntar-se mentalmente se ele estava realmente falando.

– Muito pouco, Henry Woodstock.

– Então o que acha do resto da sua vida, Catherine Currie?

– Oh, sim. Mil vezes sim.

Foi essa a única frase coerente para o resto daquela e de milhares de outras noites.

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6 Comentários

6 Comentários:

Às 22 de abril de 2011 às 19:56 , Anonymous Anônimo disse...

Que encanto, meu deus, me emocionei.

 
Às 23 de abril de 2011 às 10:31 , Anonymous Anônimo disse...

Adorei o final dessa história, adorei. Mesmo.

 
Às 23 de abril de 2011 às 11:01 , Blogger Sofia I. disse...

MORRI

 
Às 23 de abril de 2011 às 11:11 , Anonymous Manuela disse...

Gente, se identifica por favor... Eu quero apertar vocês até a morte. Tão fofos.

 
Às 24 de abril de 2011 às 10:20 , Anonymous Júlia Bittencourt disse...

Fiquei pensando se você conseguiria escrever um conto que fosse tão lindo quanto o primeiro, mas você conseguiu e muito bem. Nem preciso dizer que sou sua fã, não é? Te amo, minha nú.

 
Às 15 de maio de 2011 às 13:53 , Anonymous Anônimo disse...

Você tem muito talento, parabéns, de verdade.

 

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