irreparable dream
Sonhos de papel. @divineintention




posted : quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
title : Parte Final. Literalmente.

Parte Final. (Continuação do conto Concebidos para ser)
Música escolhida para esse momento: Breathe - Taylor Swift feat. Colbie Caillat

Music starts playin' like the end of a sad movie
It's the kinda ending you don't really wanna see
'Cause it's tragedy and it'll only bring you down
Now I don't know what to be without you around

And we know it's never simple
Never easy
Never a clean break, no one here to save me
You're the only thing I know like the back of my hand
And I can't
Breathe
Without you
But I have to
Breathe
Without you

A música começa a tocar como no final de um triste filme
É o tipo de fim que você realmente não quer ver
Porque é uma tragédia e só te deixa pra baixo
Agora eu não sei o que vai ser sem você por perto

E nós sabemos que nunca é simples
Nunca é fácil
Nunca é um momento de mudar, ninguém aqui para me salvar
Você é a única coisa que eu sei que conheço bem
E eu não posso
Respirar
Sem você
Mas eu tenho que
Respirar
Sem você




O êxtase completo em que aquilo se transformara só serviu de confirmação para o que os dois sabiam, mas escondiam. O amor que ambos sentiam era notório, ensurdecedor e milagroso. Porém não é só de amor que se pode sustentar uma relação e Mandy sabia disso. Ela tentava de todas as formas esconder o desespero em suas feições quando Rudy anunciou que adiara sua partida. Adiara. Não era algo que Mandy podia controlar.
- Será que posso entrar em seus pensamentos? – Aquela voz rouca lhe preencheu um sorriso no rosto enquanto ela recuperava os sentidos e enxugava as lágrimas mentais incontroláveis.
- Você já está neles. – Sua resposta saíra embargada, ela cruzara os dedos para Rudy não perceber. Abriu os olhos e encarou sua imensidão azul favorita. Ah, como aquilo a faria falta.
- Hmmm, espero que sim. – “Oh Deus, não faça isso Rudy. Não faça.” Mandy pensara ainda de olhos fechados.
Ela sabia o que ele faria enquanto sentia sua respiração quente e reconfortante mais perto, e mais perto... Seu nariz tocou ao dela, como um beijo de esquimó. Tão doce. Tão lindo. E de repente ela não podia mais esconder. Fungou fraco quando ele fora tocar os lábios nos dela.
- Mandy? – Perguntou assustado, limpando uma lágrima que descia solitária no rosto pálido da menina. – Não chore, pequenina. Não quero que chore. Por favor? – Pedia suplicante já entrando no mesmo estado que a garota.
- E-eun-n-ão... Não consigo... Eu... Desculpe... – Ela gaguejava e soluçava ao mesmo tempo.
- Shiiii, estou aqui. Me abrace, venha. – Rudy a puxou para si num aperto sufocante onde ambos se entregavam ao desespero da despedida. Rendiam-se a distância inútil, ao vazio que nunca seria preenchido.
- Você está aqui... Agora... Mas, Rudy... Não vou suportar... Oh Deus! – Mandy se desvencilhou dele, com medo. Medo de sofrer com antecedência. Medo do que sua falta causaria.
- Desculpe Mandy, você sabe o quanto isso me machuca também.
- Sei. Estarei aqui para quando precisar. – Ele não entendera o sentido literal naquela frase, mas ela sabia que estaria. Sempre estaria. Mandy apertou os braços em torno de si mesma, reconfortando o vazio no seu peito, tentando sarar a ferida imensa que se abrira ali. Era o preço que teria de pagar.
- Vim me despedir. – Rudy falou num sussurro quase inaudível, ele estava sofrendo.
Aquela foi a frase que mais a machucou em toda a sua vida, a frase que colocaria fim em um breve começo. Que ela lembraria para sempre, com lágrimas molhando seu sorriso.
- Adeus, eu t... Enfim, adeus. Boa viajem. – O ressentimento não permitiu que ela dissesse aquilo.
- Eu também, Mandy. – Ele chegou mais perto, ela fechou os olhos com medo do que ele iria fazer. Mas Rudy foi forte e apenas selou a testa alva de Mandy com um beijo cálido. – Adeus, pequenina.

E ele se fora.

Mandy tentava controlar seus batimentos cardíacos que morriam a cada segundo daquele pesadelo. Abriu os olhos na esperança de estar sonhando e Rudy voltar para lhe cercar os braços e lhe beijar calmamente, como ele sempre fazia. Mas não acontecera.

Ele se fora.

E junto com ele, o seu coração.

Seu inútil coração.



Todos os direitos reservados. Manuela Macedo Leal @divineintention
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